Sou adepta incondicional do que eu mesma chamo de "a arte soco-no-estômago". Tratam-se daquelas obras que não apresentam nada de bonitinho logo no primeiro contato, mas que, aos poucos, vão revelando todo a poética e o encanto que não imaginávamos existir dentro delas.
Geralmente, é uma arte pouco valorizada ante os demais estilos, por ser irritante e indigesta demais. Parece até que revelam uma violência gratuita, o sexo desnecessário, entretanto ocorre o inverso. A arte soco no estômago escancara o que há de mais sublime na mente humana, o que há de mais essencial em nossa natureza, tudo o que ocultamos em nosso cotidiano ‘jogo de aparências’, tudo aquilo que só revelamos para os íntimos, ou para o espelho.
É justamente esse tipo de produção cultural que prova toda a grandeza da arte, a invenção humana capaz de transformar a crueza e a crueldade da vida em diversão, conhecimento e reflexão.
Bem, algumas dessas obras “soco-no-estômago” estão ao alcance de todos e deveriam ser lidas, assistidas e observadas.
Na literatura, destaco obras de Rubem Fonseca (leiam Família é uma Merda), Charles Buchowski e Lima Barreto. Nas plásticas, chamo atenção para Keith Haring e Ron Muek. No cinema, tem Quentin Tarantino (Cães de aluguel e Pulp Fiction), os irmãos Cohen (Fargo e O grande Lebowski), Anthony Minghella (O Talentoso Ripley e O Paciente Inglês), Eduardo Coutinho (Boca de Lixo, Edifício Master, etc.), Spike Lee (A Última Noite e Faça a Coisa Certa).
Ah! E só pra encerrar, (re-)assistam a “Assassinos por Natureza” de Oliver Stone. Esse filme é o pai de Pulp Fiction, Jogos Mortais, etc. Vale a pena, pra quem não sofre de azia. No elenco, ninguém menos que Woody Harelson, Juliette Lewis, Robert Downey Jr. e Tommy Lee Jones. Deixo o link de um site legal falando sobre o filme: http://www.poppycorn.com.br/artigo.php?tid=330.
3 comentários:
Tenho uma relação engraçada com os filmes de ultraviolência. Ou entram para o TOP dos melhores que já vi, ou eu nem consigo assistir até o fim, de tanta repulsa. Lembro-me de que "Irreversível" eu assisti apenas 5 minutos, e devolvi o DVD para a locadora. HAHAHA
Bom, anotarei as dicas porque tenho que correr o risco de adicionar aos meus TOPs de favoritos!
Lembro de ter assistido a uns dois dos títulos que indicou!!
Agora vamos, Bia: já era, vc foi picada pelo bicho da literatura!!! rs... Algo familiar no seu texto... Muito bem escrito, aliás!! rs
enfim, vamos guardar nossa seda pra uma outra ocasião e divulgar nosso esforcinho de uma vez, ahn!!! rs
é o tipo de arte que te tira do lugar, do que é cômodo. "meu nome não é johnny" que está nos cinemas é um exemplo que eu pretendo assistir.
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