16 setembro, 2007

Arte indigesta

Sou adepta incondicional do que eu mesma chamo de "a arte soco-no-estômago". Tratam-se daquelas obras que não apresentam nada de bonitinho logo no primeiro contato, mas que, aos poucos, vão revelando todo a poética e o encanto que não imaginávamos existir dentro delas.

Geralmente, é uma arte pouco valorizada ante os demais estilos, por ser irritante e indigesta demais. Parece até que revelam uma violência gratuita, o sexo desnecessário, entretanto ocorre o inverso. A arte soco no estômago escancara o que há de mais sublime na mente humana, o que há de mais essencial em nossa natureza, tudo o que ocultamos em nosso cotidiano ‘jogo de aparências’, tudo aquilo que só revelamos para os íntimos, ou para o espelho.

É justamente esse tipo de produção cultural que prova toda a grandeza da arte, a invenção humana capaz de transformar a crueza e a crueldade da vida em diversão, conhecimento e reflexão.

Bem, algumas dessas obras “soco-no-estômago” estão ao alcance de todos e deveriam ser lidas, assistidas e observadas.

Na literatura, destaco obras de Rubem Fonseca (leiam Família é uma Merda), Charles Buchowski e Lima Barreto. Nas plásticas, chamo atenção para Keith Haring e Ron Muek. No cinema, tem Quentin Tarantino (Cães de aluguel e Pulp Fiction), os irmãos Cohen (Fargo e O grande Lebowski), Anthony Minghella (O Talentoso Ripley e O Paciente Inglês), Eduardo Coutinho (Boca de Lixo, Edifício Master, etc.), Spike Lee (A Última Noite e Faça a Coisa Certa).

Ah! E só pra encerrar, (re-)assistam a “Assassinos por Natureza” de Oliver Stone. Esse filme é o pai de Pulp Fiction, Jogos Mortais, etc. Vale a pena, pra quem não sofre de azia. No elenco, ninguém menos que Woody Harelson, Juliette Lewis, Robert Downey Jr. e Tommy Lee Jones. Deixo o link de um site legal falando sobre o filme: http://www.poppycorn.com.br/artigo.php?tid=330.





11 setembro, 2007

A arte e o mundo-cão

Dia 26/09/07 assisti, finalmente, à peça "Os suburbanos", que esteve em temporada especial na Sala Iracema de Alencar, do Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá.
A peça, em cartaz há pouco mais de dois anos, recorre a comédia ao retratar o dia-a-dia do típico suburbano, o que quer que isso signifique.
O grande trunfo da obra, algo comum neste gênero, está no inquestionável talento do reduzido elenco que traz, além do seu autor e também diretor Rodrigo Sant'Anna, Thalita Carauta e Isabelle Marques. Aliás, tanto talento já rendeu frutos para os três que tiveram participações na série global "A diarista", além do papel de Lídia para Thalita Carauta na novela Páginas da Vida, de Manoel Carlos. Há ainda um elenco de apoio: o grupo de pagode "Inspirason", também responsável pela trilha sonora ao vivo.
Em seis esquetes podemos assistir aos maneirimos, infortúnios e, por que não, o lazer preferido desta gente que acorda cedo, enfrenta transportes públicos lotados, se submete a uma viagem de quilômetros até as praias da Zona Sul só para arriscar dividir a areia com seus ídolos das novelas e dos esportes - do futebol, mais exatamente - e suporta horas de espera à emergência dos hospitais públicos.
O infiel que deixa a mulher em casa e vai para o "pagode" paquerar; as amigas que vão para a praia de Ipanema, besuntadas de loção para clarear pêlos, competindo e se desentendo, até fugirem, sempre juntas, do "arrastão"; a fanática protestante que tem sua virtude posta à prova por um pedinte e pelo ônibus que não pára;
o casal que, de mala e apetrechos, procura sair da rotina no motel barato; o aperto no trem. São todas situações, se não vividas, testemunhadas, mas, certamente, reconhecíveis.
Vez ou outra, nós rimos ou nos irritamos com episódios bastante semelhantes aos apresentados pelos esquetes e, talvez por isso mesmo, seja difícil escapar a um certo desconforto: um tantinho de sentimento de culpa. Culpa, sim, pelo preconceito; o preconceito que nos leva a rir ou nos irritar porque nos consideramos muito distantes de tudo aquilo. No entanto, bem sabemos que, se não passamos por situações como tais, alguém querido as vivenciaram, ou vivenciam.
Nem só de clássicos vivemos nós, em nossos dias ou noites de folga. Assim sendo, divirtam-se!

08 setembro, 2007

Deviantart.com

Uma primeira postagem pressupõe insegurança, portanto, pretendo não me exceder em palavras para não causar uma má impressão.
Há mais ou menos uns quatro anos tive meu primeiro contato com o site deviantart.com. Pude perceber em uma rápida análise que se tratava de um site imenso; uma comunidade mundial onde cada membro possui sua própria "galeria" para expor sua arte. Devo confessar que o design soturno da época não me chamou a atenção, e isto combinado à complexidade da comunidade acabou me afastando. Resultado: só três anos após voltei ao site, e desta vez para ficar. Fiz meu cadastro, abri minha "galeria", e fiquei fascinado. Definitivamente, a comunidade tinha crescido ainda mais, e agora qualquer pessoa, seja um artista renomado (como alguns desenhistas da Marvel Comics, que possuem uma conta no site), um estudante de qualquer arte, ou mesmo um auto-didata, pode se sentir a vontade para participar.
A comunidade abrange desde arte "tradicional" (de acordo com a nomenclatura do site) como pintura a óleo, desenho, fotografia, escultura e serigrafia, até arte digital, como arte vetorial, design de sites, montagens, animações em flash, pixel-art e mesmo pinturas digitais (talvez as mais populares da comunidade). Tão eficaz é a comunidade, que até oferece uma categoria, composta por contribuições dos membros, de "tutoriais", ou seja, "guias passo-a-passo" para se aprender a fazer qualquer tipo de coisa. O objetivo é permitir que todos obtenham os meios necessários para se expressar e mostrar um pouco do seu olhar para o mundo.
O site está aí para lembrar que arte não possui barreiras e limitações!


lover --- finial version by *jiuge
Desenho/Arte Digital
Categoria: Fantasia